Sentaram-se no tempo os algoritmos; desconfiei. O sopro não vem do levante e a imaginação não encontra alicerces. São-me estranhas as sendas desgastadas e, na bússula, o norte esgueira-se para sul. Já não desfio o baralho, qualquer carta serve e talvez a pior me aponte a direcção do mar. Estarei, então, em casa e o sangue do capitão tornará a fazer vibrar o olhar da criança que fui e que se refugia em mim, como nessa história que, nas furnas, na Ericeira, aí com os meus sete anos, resolvi inventar. Daí até agora a vida salpicou-me de mistérios, quase oráculos e nunca lhes fechei a porta, mesmo quando sabia que a porta era fictícia. Aprendi com o erro mas, felizmente, contínuo a errar - sinal de que ainda não parei no aterro dos conformados.
HFM - 04. 11. 2016