Nas manhãs em que a chuva afasta a poeira corre na cidade um frenesim tonto. Melodias de buzinas entoam os cânticos que os carros compõem e a severidade dos rostos mostra como a orquestra da chuva desafia no ar a melodia. Interiores sem beirais. Labirintos que não encontram personagens. Nevoeiros espalmando na alma as angústias.
Vai longo este inverno de frio, de chuva, de desalento. Um pouco de sal talvez espevite o sol. Um pouco de esperança talvez atice os homens.
Faz falta um pouco de encanto. Ao fundo vislumbra-se uma réstia sem bruma, será miragem?
Vai longo este inverno de frio, de chuva, de desalento. Um pouco de sal talvez espevite o sol. Um pouco de esperança talvez atice os homens.
Faz falta um pouco de encanto. Ao fundo vislumbra-se uma réstia sem bruma, será miragem?
HFM - Lisboa, 12 de Janeiro de 2010
7 comentários:
não é miragem, não
é um prenuncio de oásis
e que belo texto para se ler logo de manhã, musical mesmo.
é assim, Helena...
gostamos de chuva de vez em quando, e de preferência a vê-la cair dentro de casa, pela janela.
abraço
são os anjos
os anjos
assim
[ nus de
espadas,
~
O tempo está como o nosso espírito. Desalentado. Triste.Ainda sem oásis à vita...
Não sei se é miragem, mas sei que não será oásis.
Sinais
concêntricos na água
basta uma simples gota ou folha.
Uma falha dentro da terra.
Acolher a paz possível como uma criança descalça.
nevoeiros que nos perseguem...
beijos
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