Retenho a respiração. Só o vento a invadir a garganta. O vento e o murmúrio. Um sopro. E de novo a respiração. Lembrando-me a condição humana. Tipo ferrete. Fecho os olhos. Respiro. Afinal sou humana. Mas cá dentro a insurreição começou. De olhos fechados. Respirando. Congrego os sentires e parto para algures, como numa ausência, como se a respiração fosse apenas essa palavra de culto na actual sociedade portuguesa - um fait divers.
HFM - Lisboa, 18 de Agosto de 2010
6 comentários:
palavras para que?
um sopro mesmo...
Quem escreve assim o nosso desencanto?!...
Magnífico!
A respiração das palavras.
penetrante. e luminoso.
belissimo.
admirável texto.
beijos
O ferrete de (por vezes) viver...
Lindo!
O exercício da insurreição, ainda que breve. Dá, pelo menos, para oxigenar mais uma parte do percurso.
Beijo :)
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