dizer-te do vento assobiando no canavial? até uma criança escreveria isso. digo-te antes que este vento se enrola na ternura em que me és. mesmo quando ofendes. mesmo quando brutalizas o tempo negado. partem-se uns fios. rasgam-se as feridas. acentua-se a dor e, contudo, és-me - penúria de presença na pele que não largo.
HFM - Ericeira, 1 de Abril de 2011
8 comentários:
Ocorre-me, estimada Helena, tomando minhas as palavras de Carl Rogers sem o rigor da citação
(... não amamos o outro, não nos enternecemos pelo outro, pelo que ele é na realidade, mas por aquilo em que nos tornamos em sua presença...)
ou, se preferirmos, de Saint-Exupery
(... foi o tempo que dedicámos à nossa rosa que fez dela tão importante aos nossos olhos...) vigiamos-lhe o crescimento, o calor, a água... ainda que saibamos que nos pode rasgar a pele...
Helena, hem-haja. Gosto muito mesmo de a ler.
Mel
ternura que rasga...
Belas palavras, a dura realidade muitas vezes.
É sempre um prazer ler-te...
Um grande beijinho
É assim o Amor, mesmo a rimar com Dor. Muito bonito, Helena. Um beijo.
O Encanto da persistência.
a rasgar a pele. no ardor da ausência. e da persistência...
beijo
Há coisas que não se explicam.
São simplesmente assim!
"e, contudo, és-me - penúria de presença na pele que não largo."
dolorosamente belo. muito belo, Helena.
1beijo daqui.
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