dir-te-ei dos dias
quando as horas se esquecerem
de se encontrar
então
na ausência do tempo
serei o raio que antecipa o trovão
o ar denso e sufocante
e a calmaria do devir.
quando as horas não fizerem sentido
sentrar-me-ei face ao mar
sorrirei às ondas
abraçarei a espuma
que reflectirá
a praia em semi-círculo
onde à noite se ouve um piar marinho
e na visão periférica se descobre
a sombra dos pássaros extinguindo-se.
HFM - Lisboa, 19 de Abril de 2011
9 comentários:
salpicos de maresia
Belo!
Gosto deste bem estar contemplativo que transmites.
Mesmo na ausência do tempo o mar é o mesmo.
Belíssimo.
"quando as horas não fizerem sentido" pergunta ao mar se é eterna a sombra dos barcos e dos pássaros...
Um belíssimo poema, Helena.
Um grande beijo.
o mar não tem tempo...
beijinho Helena
"quando as horas não fizerem sentido" todos os relógios serão supérfluos - habitaremos o Tempo.
e o Mar.
belíssimo.
beijo
Excelente poema. Gostei imenso.
Parabéns.
mi piace ;)
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