Natal, e não Dezembro
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
... no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão-Ferreira
domingo, 25 de dezembro de 2011
Etiquetas:
avulso; dos que admiro,
dos outros
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Obrigada por teres trazido David Mourão-Ferreira à blogosfera, hoje!
Um abraço.
um dos poemas que mais gosto
Feliz Natal HFM
O nosso David
beijo.
votos de BOM ANO!
Olá Helena
Venho desejar-te um excelente 2012!
Enviar um comentário