sexta-feira, 20 de julho de 2012



Semiencerrou os olhos e da luz ressaltaram cinco varões, verdes e terras subindo até um céu azul cerúleo a perder de vista.

Deixou-se ficar quieta derretendo no calor de uma tarde que nem a brisa marítima cortava. Indolente. Desprotegida de pensamentos ou dúvidas. Alheada. Acordada de um dormitar que lhe proporcionara evasão. Na ausência dos simples. Sem confrontos. Sem dúvidas. Sem dores existenciais. Num limbo de calor que se perdia no telúrico do que, deitada, avistava.

A ausência que antecede o impacto. O silêncio que interrompe o grito. A fragilidade que trará a força.

E, nem sequer, como antigamente, à sesta se seguiriam as brincadeiras.

HFM - Ericeira, 17 de Julho de 2012


6 comentários:

jrd disse...

Muito bom.
A pausa da espera.

Mar Arável disse...

... entretanto
novas marés se alevantam

escritas na preia-mar

Manuel Veiga disse...

... mas perdura o desejo delas!

excelente.

Ad astra disse...

inspiraçao!

Teresa Durães disse...

Gosto dessa idolência. Uma paz temporária

jrd disse...

24Para lá da janela a paisagem e a espera...
Abraço