Para todos os amigos.
Junto um dos mais belos poemas de Natal que conheço e que, num momento de crise como a actual, penso ser ainda mais pertinente.
Natal, e não Dezembro
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão-Ferreira
7 comentários:
Sim, é preciso e urgente que Dezembro e Natal possam coincidir de novo.
Boas Festas.
Um grande abraço
sim, é um dos mais ptofundos, Helena.
Boas Festas
abraço
de mãos dadas...
Bom Natal para ti Hfm
Como diz jrd...Um abraço Helena. Que os traços te conservem e as paisagens te protejam, em felizes momentos.
bettips
Por vezes a realidade
ultrapassa a ficção
Tudo pelo melhor
Bjs tantos
votos de Boas Festas.
cumprimentos
Sempre os poemas do David nos impressionam.
Um beijo, amiga
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