O Palácio da Ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que de súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante maus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
9 comentários:
belo post para regresso, o Grandfe Antero!
belo olhar
Já não o sei de cor, mas conheço-o de bem cedo; então o "Cavaleiro Andante" é culpado de muita coisa que me aconteceu e me fez como sou.
Um prazer ter-te entre nós, de novo, e a curiosidade em saber se os teus Açores se parecem com os meus.
O "Cavaleiro Andante" da minha infância uma referência que jamais esqueci.
bom ter-te de regresso :)
sempre gostei muito deste poema, que é bem revelador de desencanto em Antero de Quental.
beijo, Helena.
Que belo regresso
que bela memória
e eu que precisava de lá voltar...
abraço Helena
Antero de Quental anda muito esquecido. Bonita homenagem. Sei muitos poemas de cor desde a minha infância, mas não sei este. Que pena!
Gosto que tenhas regressado. Um beijo.
Não sabia que ainda o sabia de cor. Soube agora.:) Obrigada.
Um belo regresso, Helena ! Pelo poema que é intemporal, pelo desenho que o acompanha!
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