quarta-feira, 26 de maio de 2010

Regresso dos Açores





HFM - Pequena homenagem a Antero de Quental um dos nossos grandes poetas, um pouco esquecido e tentativa de "apanhar" o seu busto; palavras dele que nos acolhem no Anima - Centro Cultural de Ponta Delgada. O poema abaixo é um daqueles poemas que desde adolescente sei de cor; será porque, tal como ele, me posiciono na vida como "um cavaleiro andante" ou porque ainda estas duas palavras - cavaleiro andante - me remetem para aquele jornal da minha infância que lia apaixonadamente?



O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que de súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante maus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!


9 comentários:

Ad astra disse...

belo post para regresso, o Grandfe Antero!

belo olhar

Unknown disse...

Já não o sei de cor, mas conheço-o de bem cedo; então o "Cavaleiro Andante" é culpado de muita coisa que me aconteceu e me fez como sou.
Um prazer ter-te entre nós, de novo, e a curiosidade em saber se os teus Açores se parecem com os meus.

jrd disse...

O "Cavaleiro Andante" da minha infância uma referência que jamais esqueci.

© Maria Manuel disse...

bom ter-te de regresso :)
sempre gostei muito deste poema, que é bem revelador de desencanto em Antero de Quental.

beijo, Helena.

Mar Arável disse...

Que belo regresso

que bela memória

Luis Eme disse...

e eu que precisava de lá voltar...

abraço Helena

Graça Pires disse...

Antero de Quental anda muito esquecido. Bonita homenagem. Sei muitos poemas de cor desde a minha infância, mas não sei este. Que pena!
Gosto que tenhas regressado. Um beijo.

Licínia Quitério disse...

Não sabia que ainda o sabia de cor. Soube agora.:) Obrigada.

Ana disse...

Um belo regresso, Helena ! Pelo poema que é intemporal, pelo desenho que o acompanha!