Quando os segredos se acoitam no luar
ressaltam da noite as encruzilhadas
contos antigos que nunca escreverei
equívocos e lembranças
recargas que carrego na mochila
do silêncio e das dores
contar-te-ei, mais tarde, meu amor,
a reacção das sereias quando o mar –
invertendo a lógica do tradicional conto –
cada noite lhes contar uma história
recriando a filigrana dos dias vividos
num agridoce de sentimentos
voluntária serei, então, fusão
de passado e presente
no futuro que amanheço
no esplendoroso ciclo do sol
nascer – zénite – ocaso
são estas as difusas linhas onde desenharei
as palavras que o tempo apagou
no eterno ritmo deste mar
onde, sedenta, me baptizo -
raiz, alga, espuma.
ressaltam da noite as encruzilhadas
contos antigos que nunca escreverei
equívocos e lembranças
recargas que carrego na mochila
do silêncio e das dores
contar-te-ei, mais tarde, meu amor,
a reacção das sereias quando o mar –
invertendo a lógica do tradicional conto –
cada noite lhes contar uma história
recriando a filigrana dos dias vividos
num agridoce de sentimentos
voluntária serei, então, fusão
de passado e presente
no futuro que amanheço
no esplendoroso ciclo do sol
nascer – zénite – ocaso
são estas as difusas linhas onde desenharei
as palavras que o tempo apagou
no eterno ritmo deste mar
onde, sedenta, me baptizo -
raiz, alga, espuma.
HFM - Lisboa, 12 de Agosto de 2010
8 comentários:
Helena
Belíssimo poema, minha amiga!
dos mais bonitos que já li
absolutamente "esplendoroso
poema (de amor) deslumbrante...
..."onde, sedenta, me baptizo -
raiz, alga, espuma".
perfeito!
beios
redivivas, vez por outra, à revelia da vontade ou não, lembranças não escritas volverão aos escaninhos da memória ou lançar-se-ão num vôo qualquer em busca do que poderia ter sido?
deixo um abraço fraterno e saudoso.
Poema no papel molhado.
Belíssimo!
Um dos mais belos poemas seus que já li. Gostaria de tê-lo escrito.
Lindíssimo, Helena.
Beijo por ele.
O prazer do texto poético no inconfortável, por vezes, território das memórias. Muito bem construído.
Cara Helena;
Poema de excelência; levou-me numa agradável viagem através das palavras e dos versos imbuídos de uma sensibilidade e beleza poéticas, só ao alcance de quem vê com os olhos da alma.
Continuarei a lê-la, seguramente.
Um abraço.
Carlos Pereira
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