apenas outro na sequência da vida. junto ao mar. olhando o cabo para lá da bruma e de uma chuva miudinha que me acolhe. mar – ponto de ligação – onde se estreitam os laços, onde se pescam as pontas, onde se sabe da eternidade, onde a dimensão nos afoga de promessas, onde colho, desvairada, a poeira dos dias que passam e a espuma branca do infinito. onde sei. onde sou. onde me solidifico. rocha por entre rochas. e, olhando o bocadinho onde me sei, vejo, difuso, o perfil de uma âncora – o teu rosto.
HFM - Ericeira, 22 de Julho de 2009
7 comentários:
sempre fomos espartanas H. mas hoje estendo-te o meu abraço nesse infinito que és de palavras que rompem tudo e todos!
admiro-te.
sempre....desde os tempos primeiros.
Palavras e presenças que o mar liga.
Belo texto.
bfs abraço
o mar...presente maravilhosamente, e sempre, nos seus textos. Mas aqui, aqui você foi além. abçs
"o perfil de uma âncora – o teu rosto."
É o fim, mas que belo começo de um poema.
Abraço
João
Que bela âncora
a prender o mar
[...]
o teu rosto à minha espera.o teu rosto
a sorrir para os meus olhos.existe um
trovão de céu sobre a montanha.
...
hoje tenho o teu rosto dentro de mim.
José Luis Peixoto in «A casa, a escuridão»
um texto comovente, Helena.
(obrigada)
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