sábado, 4 de julho de 2009

Olhou-a. Sorriu.



De repente viu-se numa noite para além da curva da estrada. Estremeceu. Era o mesmo lugar. Uma noite quente de Verão idêntica a essa outra que recordava. Ela tinha uma longa e larga trança preta que descia pelas costas. Era o mesmo mar.



Ouviu-se, então, murmurar:



- Como estás?



- Dentro do possível, bem. Tu pareces-me magnífico!



Sorriu.



- Para 91 anos, nada mau... e a gargalhada perdeu-se numa espécie de soluço.



HFM - Ericeira, 28 de Junho de 2009

6 comentários:

Ana disse...

As memórias não têm idade.
Belo o teu texto.

Ad astra disse...

profunda(mente)

beijos para ti

vida de vidro disse...

O que nos toca, o que guardamos em nós, não respeita tempo, nem idade. Belo. **

jrd disse...

Muito bonito. As lágrimas suaves do sorriso.
Abraço

addiragram disse...

E quanto tempo houve, ou não, até aí...Deixa-se o mais importante para o fim.
Um beijo.

Manuel Veiga disse...

uma delicia.

comovente de ternura...