Correm sempre ao contrário da trama os regatos desperdiçados. Clandestinos assumidos percorrem os regos na certeza de que, um dia, hão-de chegar ao mar. Têm dias. Aqueles em que o vento os empurra em sentido contrário. Aí acoitam-se na estação sem chuvas, ao abrigo das pedras e dos gatos. Numas férias onde, contra as pedras, se ferem, dilaceram e perturbam. Um dia ressuscitam. E calhau e pedras abaixo perdem-se em direcção ao mar.
HFM - 24 de Outubro de 2009
8 comentários:
quando os contrários têm a mesma direcção...
saltam as pedras.
Mesmo a Natureza, para enraivecer, precisa de concitar as suas forças.
Um dia...!
escorrem nessa esperança de atingir o mar e enquanto lá não chego, deixam o seu cantar. Gostei bastante!
Os regatos são aqueles versos a que não damos logo importância, que depois se avolumam em Poesia.
Abraço.
O mar como único destino!
Certos do regresso.
Abraço
não se muda o sentido das correntes...
beijo
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