quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


São reais as reentrâncias do medo
quando as velas esmorecem ao luar
e a distância prolonga a noite
e o susto dilata os enredos

São reais as reentrâncias do medo
quando o enfoque não cabe na perspectiva
e a alquimia não aceita segredos

São reais as reentrâncias do medo
quando as tangentes acompanham os degredos

Meu amor,

São reais as reentrâncias do medo.



HFM - Lisboa, 13 de Fevereiro de 2010


7 comentários:

Ad astra disse...

lindo!!!

"quando as velas esmorecem ao luar
e a distância prolonga a noite"

jrd disse...

Porque o medo é real e é necessária coragem para o penetrar.

Manuel Veiga disse...

secreta(s) alquimia(s)...

que as tangentes se cumpram. dobrando os degredos. e os medos...

beijos

Ana disse...

Reais como a necessidade de um porto de abrigo.

E como a beleza do poema!

addiragram disse...

Só torneando as reentrâncias, só arrojando para lá da noite, lutamos contra a morte.

Um beijo.

Graça Pires disse...

O medo que nos perturba e nos encoraja...
Um beijo, Helena.

Teresa Durães disse...

e o medo tem a capacidade de perfurar cada obstáculo