e ela pensava naquilo que poderiam fazer. no muito que ainda tinham para se dar. pensava. e, contudo, sabia que tudo era sonho - ou ilusão, se preferirem. a sua vida estava cortada. já cortada, ela sabia-o. ali, só os sonhos que teimavam em persistir, existiam. os passos levavam a nenhures. e, quando o sol aparecia, os raios caiam sobre o mar, filtrando o sonho na rede da espuma. tinha-se esvaziado o oceano num dia em que a escolha lhe caira, qual guilhotina, na sua vida. e o mar desaparecera dos abafados limites que lhe estavam atribuídos.
no búzio ecoava o vazio.
6 comentários:
O vazio do búzio contem sempre uma fala. Chegará o tempo de a entender.
Beijos.
Licínia
fiquei a pensar numa vida cortada ...
quando os sonhos persistem
todos os passos conduzem à maré cheia
Beautiful and sharp.
:)
esse vazio que ecaova no búzio chega a doer...
feliz verão, amiga.
beijo daqui, onde é inverno.
por vezes as "palavras gastam-se"...
e a música dos búzios.
beijos
Enviar um comentário