segunda-feira, 21 de junho de 2010

Anoitecidos


imagem da net



e ela pensava naquilo que poderiam fazer. no muito que ainda tinham para se dar. pensava. e, contudo, sabia que tudo era sonho - ou ilusão, se preferirem. a sua vida estava cortada. já cortada, ela sabia-o. ali, só os sonhos que teimavam em persistir, existiam. os passos levavam a nenhures. e, quando o sol aparecia, os raios caiam sobre o mar, filtrando o sonho na rede da espuma. tinha-se esvaziado o oceano num dia em que a escolha lhe caira, qual guilhotina, na sua vida. e o mar desaparecera dos abafados limites que lhe estavam atribuídos.

no búzio ecoava o vazio.

6 comentários:

Licínia Quitério disse...

O vazio do búzio contem sempre uma fala. Chegará o tempo de a entender.

Beijos.

Licínia

ma grande folle de soeur disse...

fiquei a pensar numa vida cortada ...

Ad astra disse...

quando os sonhos persistem

todos os passos conduzem à maré cheia

jrd disse...

Beautiful and sharp.
:)

Márcia Maia disse...

esse vazio que ecaova no búzio chega a doer...

feliz verão, amiga.

beijo daqui, onde é inverno.

Manuel Veiga disse...

por vezes as "palavras gastam-se"...

e a música dos búzios.

beijos