dir-te-ei dos lábios ressequidos
no fragor da revolta
quando o mar se esconde
na secura da baixa-mar
aí se ouvem os ocasos
e o cântico dos náufragos
sem retorno
areias de equinócio
engolidas pelas ondas
ao largo afoga-se um bote.
HFM - Lisboa, 20 de Setembro de 2010
8 comentários:
Qual a diferença entre a caneta e as letras brancas
das teclas derramando palavras na superfície lisa
como a quilha cortando as águas do mar salgado
Assim as palavras se juntam, emendam, crescem
perscrutam a desordem e rebeldes se organizam
[Apeteceu-me enviar este esboço para quebrar o meu silêncio atento ...]
Cara Helena;
Por vezes a vida é-nos fatalista, fragilizando-nos a alma mas, por outro lado, endurece-nos o coração e os sentidos, tornando-nos mais fortes para caminhar a estrada tortuosa da nossa existência.
Gostei muito.
Um forte abraço.
A vida é regra geral dura... mas é vida!
Depois da tempestade nem sempre há bonança...
ao largo...
os cânticos, embrulhados nas ondas...
abraço Helena
dir-te-ei
do que sucede a baixa-mar
e, tão perto, afogamo-nos nas palavras
num desejo de naufrágio
há mar e mar...
e mais ondas e marés que botes afundados...
belíssimo.sempre
beijos
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