segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Soletrando-me



Não te digo porque já não penso
vivo como se me apresenta a vida.
Aceito-a? Não, mas vivo
porque há sol, mar, vento, palavras, música
porque dos estranhos faço amigos
e quando os amigos me estranham, afasto-me
a vida é curta, Almada sabia-o,
e de que serve viver o que não tem sentido?
Já me roí de pensar
agora como que desleixo essa agonia
solto as amarras, liberto a pele
e há tanto mar...
e a lenda fala-me de outras terras
de caminhos sinuosos onde se respira.

Encho o peito de ar
e passo a passo
comigo viajo de braço dado ao futuro
na lâmina dos meus objectivos.

HFM - Lisboa, 25 de Fevº de 2012


5 comentários:

Mar Arável disse...

... e também assim...

se constroem amanhãs

jrd disse...

Viajar na lâmina...intensamente.

Ad astra disse...

os pontos de interrogação

dos caminhos sinuosos

mfc disse...

O futuro (esse futuro) é sempre incerto, mas é o único uqe vale a pena!

Manuel Veiga disse...

sábias veredas. de tuas palavras inquietas.

beijo