Quando o distanciamento se torna eternidade
no mar acende-se o fogo-de-santelmo
uma friura arrepiando o som
como nas trombetas a revolta
nem a brisa suaviza o declínio
nem a claridade ofusca o incompreensível
assim entreteço
o fel, a fome, a fúria e a fisga
que num só gesto
arrebatarei a David
para abafar o indizível.
HFM - Abril 2012
4 comentários:
absolutamente arrepiante...
e belo!
É preciso quem saiba dizer as palavras...
talvez o som das trombetas se torne ensurdecedor e tombem as muralhas.
belissimo.
beijo
o silêncio da ausência que as palavras gritam em poema
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