quinta-feira, 14 de julho de 2011


o som vago do mar no ouvido do búzio partido
a serenidade da tarde caindo no Cabo
as nuvens adensando-se no horizonte desmanchado
o silêncio protegendo as ansiedades

assim se perfilam as energias
nesta praia onde se congregam memórias.

HFM - Ericeira, 2 de Abril de 2011



11 comentários:

argumentonio disse...

"congregam" é palavra difícil...

entrecorta a fluidez do frasear, da leitura, senão do pensamento

e porém, só a poesia é capaz de congregar assim palavras diferentes, engraçadas, significativas, fonemas improváveis, recônditos de alma e do dizer

congregação é a própria memória, só lembrar que tanto (ou tudo?) se se liga o rastilho do silêncio, o detonador da energia, o intenso odor a maresia, os elementos perfilhados e sentidos, as nuvens perfilando o horizonte em desenvolvimentos verticais, Ícaros de água, também memória, doçura de um som vago, impassível, sereno, denso, biombo de anseios rimbombando no ouvido, uma nuvem desmanchando a praia e quem a refaz com o olhar, a lápis sem protecção caindo a eito, direito ao coração da folha, à ávida brancura que a sustenta, predadora, ciosa de traços e cores, navegando à vista da imaginação apoiada na alavanca desse mar capaz de todo o despertar

;_)))

ma grande folle de soeur disse...

belos poemas :) abraço

Ad astra disse...

a serenidade das palavras

Justine disse...

Momento poético magnífico!

jrd disse...

Um belo poema. Profundo como o mar que o envolve.

Mar Arável disse...

Memórias vivas

de corpo inteiro

Graça Pires disse...

Um mar magnífico com búzios que trazem a voz das ondas...
Um belo poema, Helena.
Beijos.

mfc disse...

Os nossos sítios trazem-nos sempre suspiros!

Teresa Durães disse...

há locais mágicos para nós

carlos pereira disse...

Belo poema, minha cara Helena.
O mar dá-nos tanto; até a serenidade, que por vezes a alma necessita.

Licínia Quitério disse...

A praia das memórias espraiando-se no poema. Bonito, Helena.