domingo, 12 de março de 2017

Um texto onde os "nims" não entram



Um texto onde os "nims" não entram.


A vida de todos nós é feita de altos e baixos, partidas e chegadas, encontros e desencontros. Felizmente tenho em mim um grande capital - sei da Amizade, do Companheirismo, do Amor e da Delicadeza. Acarinho-os com devoção.

Alguns vão-se no emaranhado da vida e das situações. Crises, assim lhes chamam, Talvez desinteresses, egoísmo, rotina ou ainda qualquer outra explicação que não consigo abarcar. Foram-se. Outras vezes, fui eu que fui. A vida... coitada, tem sempre as costas largas. Evitamos perceber que só nos mantemos à tona se investirmos, se nos disponibilizarmos, se "regarmos" o jardim dos sentimentos. A rotina, mata. O deixar correr, é morte súbita.

Há contudo alguns, esses "few" que comigo partilharam toda uma vida, outros que fui conhecendo, alguns raros, que tive o privilégio de me terem escolhido e de partilharem tudo o que, dentro deles, era muito grande, muito sólido, muito verdadeiro. Outros, os que realmente me faltam, são os que já partiram, geralmente muito cedo. Haverá um tempo para a partida?

Dos que ainda restam ou restarão sei que comigo vão partilhando o caminho qualquer que seja a estrada, o tempo, a fantasia... até que um dia eu seja memória.

HFM - Lisboa, 26 de Abril de 2016

2 comentários:

Teresa Durães disse...

Fiquei arrepiada com o relato. Penso da mesma forma e da mesma forma sinto certas partidas.
Bj

bettips disse...

Passam os meses a correr. Não há estações nem pausas. Há os dias com 23 horas, os de 25 horas: esses que nos mandam fazer.
Memórias, apenas o que (nos)resta. Em nós e de nós, nos outros. Se.
Abç