terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Até para o ano





Que este pequeno ramo possa aquecer esse adeus a 2008 e um bem vindo 2009. Bem vindo mesmo, sem ses nem mas nem crises... de braços abertos para o saber aproveitar com todos os seus riscos.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Citando # 196


Alguns supõem que, pelo facto de se citar, não se pensa.

Talvez pretendam convencer-se de que, pelo facto de não citarem, pensam.


Eduardo Prado Coelho - o que não escrevi - I



sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sem título


No desvão de mim e de ti
traço do passado
o presente


linha paralela rasgando bifurcações!





HFM - Lisboa, 9 de Dezembro de 2008

terça-feira, 23 de dezembro de 2008




Quando das mãos se libertarem
os afectos, então,
o Natal será.



Para os amigos e companheiros de blogagens assim como para todos que compartilhem este espaço um bom Natal e, mesmo em tempo de crise, que dentro do sapatinho haja muitos afectos.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Depurando



*


no silêncio dos labirintos
cansarei os passos
enquanto a lua iluminar
as perguntas

sem fio sem Creta sem Minotauro
perseguirei as dúvidas
na solidão dos vivos.


HFM - Lisboa, 15 de Dezembro de 2008



*labirinto da Catedral de Chartres

sábado, 20 de dezembro de 2008

Outra prenda de Natal


esta veio pela mão do meu amigo Eduardo Graça na sequência da que dele recebi no ano passado. Os laços dos afectos.







quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sem título


ouvi-te contar
do tempo as horas


do silêncio, nem palavras.



HFM - Lisboa, 11 de Dezembro de 2008



quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Recordando


Duas lojas que conheci e de que ainda me lembro. Uma empresa de artes gráficas de que gostei de ver a decoração do escritório e a fotografia dos operários.

Fotografias tiradas pelo estúdio Mário Novais 1933-1983.



José Alexandre


José Alexandre


Materna


Materna


Casa Portuguesa



Casa Portuguesa


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sem título




não há mistérios nos segredos
só a solidão


e uma bruma correndo o sussurro.


HFM - Lisboa, 11 de Dezembro de 2008

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sem título





nas grutas do silêncio envelhecem os rumores
estendendo os segredos
frágeis
como o grão de areia provocando o deserto


na mudez das coisas simples
soltam-se na madrugada as máscaras.


HFM - Lisboa, 30 de Novembro de 2008



sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

É obra


fazer 100 anos continuar a trabalhar e a ter projectos - Parabéns, Manoel de Oliveira!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

terça-feira, 9 de dezembro de 2008





escorre na noite o azevinho
cores de madrugada
em cenários de Natal!

HFM - Lisboa, 8 de Dezembro 08


sábado, 6 de dezembro de 2008


Das luzes e da solidão, dizia o velho apontando para as iluminações e para as pessoas na rua.

Repetitivamente. Monocordicamente. Como um disco de vinil riscado. Com o som dos anos passando no vazio dos dentes. Depois ria. O riso dos ausentes, dos que se passaram para o outro lado. Para o deles. Um nicho que a cidade não aguenta. Por isso fecha os olhos. Por isso ensurdece os ouvidos. Por isso passa num passo apressado. Por isso tangencia paredes.

Das luzes e da solidão, das luzes e da solidão...

até que a voz tenha corda, até que a dor aguente, até que o frio não enregele, até que a noite se desfaça – Chiado abaixo, Chiado acima.

HFM - Faculdade de Belas Artes, 02.12.08


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Do diário





Andam arredias as palavras. Talvez embrumadas no frio. Ou nos meandros desconhecidos. Desatentas. Inertes. Rompendo as ligações. Desconhecidas.

Tento abrir-lhes clareiras. Provocá-las. Seduzi-las. Contudo, superiores, refugiam-se na dobra da onda e não me permitem o túnel.

Barafusto. Desejo-as. Depois sereno. Deixo-as estar. Quando se fartarem voltarão. Mais leves. Mais soltas. Mais livres. E com o peso da solidão.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sem título


a temperatura da alma
oscila-me os nervos
cercando os seus limites
quase a rasar o vermelho
- vibrações -
no outro extremo
- volatilidades -
suspensa na linha da temperatura
como num trapézio
salto de mim para mim.


Lisboa, 5 de Outubro de 2008


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A carta





Não consta de roteiros a estrada
que persigo
dir-te-ei apenas que se situa
no nada acima do tudo
na confluência do agora
perdida no depois
no eco do antes.
Para além dos meus dedos
ela filtra-se na água
espalhando-se nos verdes
acolhendo os pássaros
os cruzeiros
e o acre ocre das montanhas.
Não te falei do mar
- onde principia e acaba –
pois do mar não se fala
ama-se.
Há também ruínas nesta estrada
e lendas e histórias
pontuadas por cânticos sagrados
que o firmamento ilumina.
Para além das ruínas há a imensidão
o tempo o espaço
e a ingenuidade de prosseguir.
Calei-me dos homens
tu conhece-los
e eu falo-te da estrada
e dos ciganos que me acompanham
das tendas que não se montam
- servem-nos de tecto as estrelas
e o vento embala as distâncias.

Falo-te da minha estrada
da luta e da esperança
e de tudo que nela aporta
na inconfessada promessa
deste verde mar –
paleta de contrários
em horizontes sem fim.

Que te chegue bem a carta
e o contochão dos passos
alicerçados no bordão da minha finitude.

Que estejas bem aí na cidade
enquanto percorro o tempo
no espaço desta estrada que invento
nas palavras que para ti crio.

No grito da gaivota a raiva do mar
e no meu sangue a força da estrada mais além.

HFM - Itália, nos campos da Bassa parmiggiana, 13 de Junho de 2003