segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013

 
Um BOM ANO com paz, afectos e um mundo menos materialista e mais sábio.
 
 
 





quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

 
 
 

 
 
Para todos os meus amigos e visitantes deste blogue.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Relembrando óptimos dias

 
 

Quando distorcemos na vida o sublime!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sem título


 
da Net


Quando o delírio esvoaça
no aperto da madrugada
soltam-se nos labirintos
os fantasmas naufragados

Ariadne estende o seu fio esfarrapado.

HFM - Lisboa, 26 de Novembro de 2012

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

 
 
HFM
 
 
 
Há uma sucessão incessante no acerto dos dias. Ocupando-me descanso no assombro do tempo e da sua redução. Procuro no finito o infinito e a aparente solidão em que me confino é a solução ou a defesa para um mundo hostil e em que não acredito.
 
Vagueia nos dedos e na interioridade o sentido da transcendência. Oblíquo é o caminho da vida.
 
 
HFM - Novembro 2012

domingo, 18 de novembro de 2012

Diurnos



Para além da sombra existia o sonho num horizonte onde as cores eram claras e o caminho não acinzentava o veludo da manhã.

Soprava o vento no sorriso que nenhuma amarra quebrava. Só o fogo era vida e incerteza.

Humilde postura onde voltara a recriar-me.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012





HFM


Não são as lágrimas que contam, são as contas que os dias não acertam na incerteza da demência. Rasgões azulando a alma na cisterna do esquecimento. Assim, o céu pode estar coberto de nuvens, a chuva já não lavará o indizível.

HFM - Novembro 2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Como que uma ausência




Quando o cansaço não tem fendas e apenas cerra a cor e o som, há, em mim, um limite mínimo de aceitação, uma revolta cava, um grito já sem fôlego. Os braços pesam e pendem e o corpo não acompanha a vontade que parece ainda estar formatada a outro tempo.

Por entre a chuva brilhou agora um raio de sol. Posso acreditar nele? Creio bem que não.

HFM - Lisboa, 24 de Outubro de 2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

 
 


Quando o sol é pedrada num charco sem luz, o outono clareia mais cedo e as nuvens entontecem, na marina, os veleiros. Os verdes, quase castanhos, contemplam à sua volta, no espelho de água, a cor esmaecida onde se reflectem. Só o mar teima em guardar o azul ultramarino - mais cerrado, é certo - mas sempre impondo-se e afastando qualquer toque de cinzento. Ali reina ele. Pode adaptar-se, vestir-se de alguas roupagens novas, oferecer uma sensação de calmaria mas, sempre, inabalavelmente, é ele que dita as suas leis. De calmo e turquesa, rápido se torna indigo e as ondas avançam para lá das rochas na direcção do aparente sossego em que as gentes habitam. Então, estonteadas, as gentes apercebem-se da sua vontade, de que a sua lei é a mais forte e avassaladora. Que a grandeza não se esgota no dia-a-dia - é eterna.

Com o mar me quero, nele me cumpro, com ele aprendo. Encosto a mim as suas forças e prometo-me que não adiarei mais aquilo que sou e me quero.

Nesta ilha de lava, de mar, de vento e de uma força renovada que, há bem poucos anos, em termos de natureza, a alargou, eu encontro a força e a determinação inabalável de me cumprir com as minhas leis, a minha educação e a razoabilidade inteligente de saber que a minha liberdade termina onde começa a dos outros. O contrário também.

HFM - texto e aguarela, Setembro de 2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

 
 
 

da net



Um dia os deuses contarão
do sonho a lenda
e no azul cerúleo de um céu real
os homens estáticos já não perceberão
dos códigos os significados
perder-se-ão nos caminhos
não reconhecerão os labirintos


quando exangues olharem para a frente
a estrada diluir-se-á em fumo.

HFM - 6 de Outº de 2012
 
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Para o meu pai, no seu dia

 
 
HFM
 
 
 
Aproveito o silêncio que ainda ecoa em mim. O silêncio - um estado interior em que, por vezes, me sentia reconfortada, como se tudo fizesse sentido. E não fazia.
 
Uma semana volvida sobre o retorno das ilhas o eco está cá dentro. Impeço-lhe a actuação. Tenho medo que se esgote e preciso desta provisão de silêncio. De um bem estar que nada tem a ver com o mundo exterior apenas com esses dias vividos num meio diferente, com tempo, com calma onde duas forças se completam e me unificam - o mar, os verdes.
 
Nesse eco estão esculpidas todas as histórias que ainda não me contei. Nesse eco vive a harmonia. Nesse eco transparece um mar, mutante na cor, perene na força e beleza. Nesse eco sinto a força telúrica de uma ilha que não acompanha o tempo da cidade que habito e pela positiva. Nesse eco confundem-se imagens e vida. Nesse eco há ainda e não é displicente a amálgama dos dias de férias, despreocupadas e bem aproveitadas. Nesse eco ressoa ainda o medo quando o vento e a chuva da "Nadine" me pregaram um grande susto. Esse eco plasma-se nos desenhos dos diários gráficos para onde tentei passar olhares, visões, fantasmas, fantasias e toda a panóplia de registos que ocuparam os meus dias.
 
Trago nos olhos o cheiro das ilhas que invento, no olfato, que não tenho, a visão que cravei em mim, no gosto o gesto táctil dos desenhos que fiz e no tacto o gosto da pimenta da terra que me ensaliva o coração.
 
Até breve ilhas que se perderam no meu imaginário e no meu contentamento!
 
Lisboa, 1 de Outubro de 2012
 


terça-feira, 25 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sentida homenagem

Apesar de estar nos Açores soube agora da morte do prof. David Lopes, meu professor de estética e um amigo que guardo dentro de mim. Não me sentiria bem se não deixasse aqui esta homenagem a um grande homem - vertical, eclético e com uma enorme cultura.

Como diz o povo português "que a terra te seja leve". Obrigada, David.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vou ali e já venho

 
 


Deixo-vos com esta aguarela feita recentemente nas Conchas num belo dia de sol, não neste cinzento que hoje o verão nos oferece.

Vou ali até à Atlântida ou ao que dela resta ou ao sonho que dela temos. Vou, contudo, para um dos mais belos lugares onde ainda há silêncio, verdes a perder de vista e todo o mar/horizonte por nossa conta.

Se conseguir tentarei actualizar de vez em quando o blogue.

Até breve - um breve que, espero, decorra lento.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sem título





Na ternura dos teus dedos
sinto o mar e o infinito
tangindo ecos nos meus labirintos.


HFM - Lisboa, 24 de Agosto de 2012

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Lendo-te




da net

indecifráveis são as promessas
esperas sem destino nem partidas
rendas em silêncio esculpidas
na cristalina ausência dos dias

como um veleiro de sal ao sol.


HFM - Lisboa, Agosto 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012



São clandestinos  os dedos que percorrem a noite. Silenciosos. Sóbrios. Severos. Só nos seus passos se revelam as marés.

HFM - Agosto 2012

domingo, 12 de agosto de 2012

Sem título



intocável é a melancolia dos charcos
quando a luz desce rente ao sol
fragilizando os ecos
num horizonte de neblinas

terras puras onde se decompõe o silêncio.


HFM - Agosto 2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012


Andam doridas as palavras

no ouvido da cisterna
perseguem-nas o vento.

HFM - Julho 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012



Semiencerrou os olhos e da luz ressaltaram cinco varões, verdes e terras subindo até um céu azul cerúleo a perder de vista.

Deixou-se ficar quieta derretendo no calor de uma tarde que nem a brisa marítima cortava. Indolente. Desprotegida de pensamentos ou dúvidas. Alheada. Acordada de um dormitar que lhe proporcionara evasão. Na ausência dos simples. Sem confrontos. Sem dúvidas. Sem dores existenciais. Num limbo de calor que se perdia no telúrico do que, deitada, avistava.

A ausência que antecede o impacto. O silêncio que interrompe o grito. A fragilidade que trará a força.

E, nem sequer, como antigamente, à sesta se seguiriam as brincadeiras.

HFM - Ericeira, 17 de Julho de 2012


sexta-feira, 13 de julho de 2012


Os azuis acertam-se no confronto da tarde

o sol persegue-os
no trilho das ondas.

HFM - Ericeira, 6 de Julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

claustro de Aix-en-Provence



uma vaga insana
percorria o silêncio

desaparecera o claustro.

HFM - Junho 2012

sábado, 30 de junho de 2012

Porque hoje é o teu dia

E ela sorria
e ela sorri-nos
como outrora
como hoje
como sempre
na eternidade
do inesquecível

vem, mãe,
vem de mansinho
junta o teu ao meu sorriso
na perpétua
maturação do amor.

HFM - 30.06.2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Anoitecidos


da net


Traços na noite delimitam o espaço e o tema. Recorrente são as histórias e as curvas e contracurvas com que as construímos. Imaginários a que desconhecemos a origem. Solidões que recortamos nos temas que construímos, nas imagens que deformamos, nos diálogos que, em nada, se assemelham aos da rotina.
Assim se dedilha a noite. Assim a vida ganha outros delírios onde ao expormo-nos nos retomamos.

HFM -25 de Junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

Dos desejos intocáveis


O som dos búzios desinquieta
nas árvores das Conchas a rotina
aporta o mar e os seus trilhos
entrelaçando-os no lago
onde só se ausenta o veleiro

o som acastanha-se e convoca-me
ao labirinto dos acasos
onde os veleiros, mesmo de papel,
atravessam oceanos e escondem-se
nas memórias de tenebrosas baías

até que sol, vento, verdes, árvores
espelhem no mar a realidade
como um conto de fadas
uma lenga-lenga
um eterno rosário de adivinhas

então, os deuses, surpreender-nos-ão
tornando humano este estranho e impossível mundo.

HFM - Lisboa, 14 de Junho de 2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012


HFM - Itália - S. Miniato al Monte - Florença


O traço caiava na palavra a poeira
um brilho frágil sem fronteiras

renasciam nas letras as palavras.

HFM - Lisboa.05.06.2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012


um manto oculta
na tarde o silêncio
só a procura redime
só a descoberta pacifica

é estreito o trilho do caminho.

HFM - 6 de Junhode 2012

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A cor




HFM - Aurray na Bretanha

sexta-feira, 1 de junho de 2012


as cerejas marcavam o tempo
na inércia da tarde

o brinco coloria a orelha da criança.

HFM - Lisboa, 1 de Junho 2012

domingo, 27 de maio de 2012


HFM - Monte Branco


Quando os quilómetros são ausências e o viajante furtivo - há uma saudade inóspita.

Nos labirintos recriam-se montanhas. E a espera desespera. Inconsequências que os tempos aportam.


domingo, 20 de maio de 2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Equacionando


sempre que olhares o farol
pensa
- na noite ou na neblina -
indicar-te-á o caminho
na serenidade dos puros
no ouvido do mar
no retorno das histórias
na quebra da onda prometida

olha e pensa
o farol ancorar-te-á
na lava que nenhum vulcão assassina
ou nas poças de água
onde o caminhante descansa
e se perturba

no ronco da terra
escuta o significado
apreende a vida
e pensa

só assim a ferida se calará
e a solidão.

Lisboa, 12 de Maio de 2012


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Amordacei no traço a vivência
suspendi-a

assim me surpreendi.

HFM - 11 de Maio de 2012

terça-feira, 8 de maio de 2012


Lisboa encolhe-se na sua grandiosidade. Não se revela. Hesita. Gagueja. Atormenta. Ultrapassado o filtro com que se cobre Lisboa é luz, sombra, beleza, sol, rio, mar, colinas, miradouros, jardins, monumentos e aquele desleixo com que gostam de a vestir.

Lisboa é um labirinto onde o olhar se perde e o prazer se apruma.

É a minha cidade e, pondo de lado o desleixo, as obras, a porcaria, é uma das mais belas cidades europeias.

Uma cidade única - facciosismo à parte!


HFM - Lisboa, 7 de Maio 2012 

domingo, 6 de maio de 2012

Quando há muitos anos só te tenho em mim





Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar!
Quando voltar, é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me a teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras. Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó cego muito apertado! Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!

Quando passas a tua mão na minha cabeça, é tudo tão verdade!

(A Invenção do Dia Claro, de Almada Negreiros, INCM)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Velhinha


Saudades desses dias que passei em Aveiro. Reflexo de moliceiro na ria.

domingo, 29 de abril de 2012


sustive na boca a súplica
respirei no vento o instante
olhei no veleiro o mar
esfarrapei no linho a ternura
cheirei na casa o compasso dos perfumes

na madrugada o sol afagou-me.
HFM - Abril 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Firenze


Gostaria de estar nesta cidade e particularmente comendo um destes gelados dos Vivoli - os melhores do mundo!

quarta-feira, 18 de abril de 2012


da net



Quando o distanciamento se torna eternidade
no mar acende-se o fogo-de-santelmo
uma friura arrepiando o som
como nas trombetas a revolta
nem a brisa suaviza o declínio
nem a claridade ofusca o incompreensível

assim entreteço
o fel, a fome, a fúria e a fisga
que num só gesto
arrebatarei a David
para abafar o indizível.

HFM - Abril 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Hoje apetecia-me estar aqui


Potsdam

sexta-feira, 13 de abril de 2012




Fugiu-me na impaciência
a ternura
no ramo só o vento cantava.

HFM - Abril 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012


Cy Twombly


Corro as certezas na tela. Diluídas se esfumam. Posso então refazer a história. Toda. E sorrirei quando os pingos, qual rio, escorrerem numa direcção que me redimensione. Outra. Então o encarnado ressurgirá, não como sangue - lava purificadora noutro céu que saberei construir.

Metamorfoses desviando equívocos.


HFM - Lisboa, 10 de Abril de 2012



segunda-feira, 9 de abril de 2012

À Espera


da net


Há um ritmo secreto
no vento que vira as folhas
dos dias
um ritmo com sons de jazz
trompete destacando
das horas os minutos
numa pauta sem símbolos
onde os sons são
do tempo a erosão

colcheias fustigando-se
numa clave desconhecida.


HFM - 21012

terça-feira, 3 de abril de 2012

Descodificando o olhar




Quando no olhar me detive
abriu-se a panorâmica
e o rio era o fundo indestrutível
sinal de infinitude
nas lágrimas dos dias

Quando no olhar me detive
o mundo era meu
e a deserção impensável

Só o infindável abarca o olhar.

HFM - Lisboa, Fevº 2012



domingo, 1 de abril de 2012

No convento da Arrábida




quarta-feira, 28 de março de 2012


No fio das horas
a tessitura do momento
e o instante único

quando o vento se verga.

HFM - Março 2012



segunda-feira, 26 de março de 2012

Sem título


Quando a tonalidade se perde nos filtros
só as memórias nos recuperam
no rumo de novos passos

eterno ciclo de descobertas!

HFM - Março 2012



quinta-feira, 22 de março de 2012

Pedrada no charco


Não rio
nem calo

sorrio.

HFM - Março 2012



segunda-feira, 19 de março de 2012

Visita ao Convento da Arrábida com o Centro Nacional de Cultura


Fui, no passado sábado, visitar o Convento da Arrábida com o CNC ficam algumas das fotografias que lá tirei. Sem palavras pois ali o que conta é a paisagem, a beleza e a espiritualidade do local - tudo o mais são redundâncias.