domingo, 29 de abril de 2012


sustive na boca a súplica
respirei no vento o instante
olhei no veleiro o mar
esfarrapei no linho a ternura
cheirei na casa o compasso dos perfumes

na madrugada o sol afagou-me.
HFM - Abril 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Firenze


Gostaria de estar nesta cidade e particularmente comendo um destes gelados dos Vivoli - os melhores do mundo!

quarta-feira, 18 de abril de 2012


da net



Quando o distanciamento se torna eternidade
no mar acende-se o fogo-de-santelmo
uma friura arrepiando o som
como nas trombetas a revolta
nem a brisa suaviza o declínio
nem a claridade ofusca o incompreensível

assim entreteço
o fel, a fome, a fúria e a fisga
que num só gesto
arrebatarei a David
para abafar o indizível.

HFM - Abril 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Hoje apetecia-me estar aqui


Potsdam

sexta-feira, 13 de abril de 2012




Fugiu-me na impaciência
a ternura
no ramo só o vento cantava.

HFM - Abril 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012


Cy Twombly


Corro as certezas na tela. Diluídas se esfumam. Posso então refazer a história. Toda. E sorrirei quando os pingos, qual rio, escorrerem numa direcção que me redimensione. Outra. Então o encarnado ressurgirá, não como sangue - lava purificadora noutro céu que saberei construir.

Metamorfoses desviando equívocos.


HFM - Lisboa, 10 de Abril de 2012



segunda-feira, 9 de abril de 2012

À Espera


da net


Há um ritmo secreto
no vento que vira as folhas
dos dias
um ritmo com sons de jazz
trompete destacando
das horas os minutos
numa pauta sem símbolos
onde os sons são
do tempo a erosão

colcheias fustigando-se
numa clave desconhecida.


HFM - 21012

terça-feira, 3 de abril de 2012

Descodificando o olhar




Quando no olhar me detive
abriu-se a panorâmica
e o rio era o fundo indestrutível
sinal de infinitude
nas lágrimas dos dias

Quando no olhar me detive
o mundo era meu
e a deserção impensável

Só o infindável abarca o olhar.

HFM - Lisboa, Fevº 2012



domingo, 1 de abril de 2012

No convento da Arrábida