terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nocturno



Desdobram-se nas esquinas os ventos
quando na noite se encerram os gritos
como um cello perdido ouve-se então
a rouca melodia das memórias
tangidas nos veios do tempo


sinais indeléveis perseguindo futuros.

HFM - Lisboa, Dezembro 2010










7 comentários:

Teresa Durães disse...

Remark dizia que o maior perigo era quando todas as memórias apareciam pela noite. Nãoo há mente que aguente.

Camus sustentava que a descoberta das memórias dava anos para viver.

Não sei quais os episódios que Camus atarvessou na sua vida, Remark viu a humanidade destruida

Ad astra disse...

enquanto não amanhecer

jrd disse...

Quando a noite (nos) separa o passado do futuro...
Belo, como sempre.

Mar Arável disse...

À noite só me recordo dos amanhãs

carlos pereira disse...

Cara Helena;
Poema profundo, onde o momento suplanta o passado e as memórias, projectando um futuro sem angústias, sem fantasmas.
Sublime. Gostei imenso.

Graça Pires disse...

"A rouca melodia das memórias" tantas vezes escutada...
Com a Vida e com o Amor celebre em seu coração a Luz deste Natal. Que 2011 seja um ano MELHOR.
Um beijo.

Manuel Veiga disse...

pressentir os indeléveis sinais é múnus de poetas.

dezê-lo assim na beleza das tuas palavras é privilegio de eleitos.
..............

agradeço e retribuo aqui(na ausência de outro meio) os votos formulados e peço desculpa pelo pequenho "acidente" lá no meu "relogiodependulo".

Feliz Natal para ti epara os que mais amas.

beijos