
Perdi-lhes o toque, o enfoque, o trote. Raio das palavras! sempre autónomas, sempre inseguras, sempre nuas, sempre dispersas, sempre contraditórias. Não poderão ser armazenadas em qualquer chip imutável?
Sorrio-lhes. É precisamente por serem assim que as amo. Pobres palavras, são ainda o pilar dos restos de vanguarda, de visão e onde se acoita a liberdade que deixámos viciar e perder.
Eu sou apenas o meio, é nelas que resiste a força, o trote, o enfoque e o toque - autónomas, seguras, dispersas, livres.
Amo-vos, palavras do meu contentamento!
HFM - Lisboa, 30 de Janeiro de 2012