quarta-feira, 18 de abril de 2012


da net



Quando o distanciamento se torna eternidade
no mar acende-se o fogo-de-santelmo
uma friura arrepiando o som
como nas trombetas a revolta
nem a brisa suaviza o declínio
nem a claridade ofusca o incompreensível

assim entreteço
o fel, a fome, a fúria e a fisga
que num só gesto
arrebatarei a David
para abafar o indizível.

HFM - Abril 2012

4 comentários:

Ad astra disse...

absolutamente arrepiante...

e belo!

mfc disse...

É preciso quem saiba dizer as palavras...

Manuel Veiga disse...

talvez o som das trombetas se torne ensurdecedor e tombem as muralhas.

belissimo.

beijo

Ana disse...

o silêncio da ausência que as palavras gritam em poema