sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Reaprendendo a Mitologia





Quando as tardes envelhecem mais cedo
guardam-se nos labirintos as memórias
e o desgaste do galope do tempo

linho envolvendo a tenacidade
quando o mar empalidece o discernimento
confundindo azul e universo

aí reencontro o rasgo, o grito, o impulso
concentrando-me na perenidade do transitório

rompendo o ar com um uivo rouco e dorido
sem norte nem clausura

como se as Parcas me tivessem escolhido.


HFM - Lisboa, 20 de Outubro de 2010



13 comentários:

bettips disse...

O eterno fuso
da memória.
(elas fiam sempre, sem escolha nossa...)
Bjs

Justine disse...

Nostálgico, mas tão belo,o teu poema!
Abraço

Ad astra disse...

belo!


sem norte
na clausura

carlos pereira disse...

Cara Helena;

Excelente exercício poético, onde as emoções se projectam através do imo do poeta.
Gostei imenso.
Um beijo

Licínia Quitério disse...

Não as Parcas. As Musas. É um belo Poema.

Beijo.

jrd disse...

Belíssimo!
Longa vida para si, Amiga.
Abraço

ma grande folle de soeur disse...

Também gostei muito de te ler :) beijos

francisco carvalho disse...

Gostei muito.
Saudades de vir por cá mais amiúde.
Também me falta o tempo.

beijos

addiragram disse...

Belo como a Mitologia que dele emana.

um beijo

© Maria Manuel disse...

excelente poema, discernimento desse tear que é o tempo e sua perenidade.

parabéns, Helena!

batista disse...

“se”?! nada de “se”! foste escolhida, Amiga d’alé(mar)...

Manuel Veiga disse...

fios de Ariane. que de tão frágeis sufocam. no grito...

beijos

Mel de Carvalho disse...

"Quando as tardes envelhecem mais cedo"...
como não a citar? belo, muito belo...

quem dera envelhecer fosse um embalar de memórias, doce, suave
e as horas, longevas, com a qualidade de um perene abraço...

grata de novo
beijo
Mel