
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
A norte no norte no farol mais distante encontrei o porto. Sem abrigo. Desprotegido. Onde as ondas cavam na rocha a beleza. Onde os pássaros se acoitam sem ninho. Onde a secura férrea da terra se molda à humidade. Aí, na envolvência agreste de todas as interrogações, o silêncio canta, ao som do cello, todas as gratidões do universo.
sábado, 26 de dezembro de 2009

O lugar periférico onde te encontrei
HFM - Lisboa, 26 de Dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Natal 2009

penso em caracóis loiros. nas mãos papudas duma criança. no pião colorido rodopiando no sol avermelhado do fim da tarde. penso nos braços que se apertam em fraternidade. penso no mundo liberto para todos. penso nas múltiplas cores com que quero pintar o Natal de todos nós. são estas as imagens com que traço a Amizade.
Um Natal com fermento* para todos os amigos e visitantes deste blogue.
*palavra retirada dum poema de José Tolentino Mendonça
domingo, 20 de dezembro de 2009
Entristeciam na tarde os olhos
como o rio que apenas se sabia
nem as luzes enfeitavam a cidade
nem a noite se prometia
apenas a saudade cavava em nós uma fina, fina ironia.
HFM - Lisboa, 10 de Dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Diurnos
Na planura da estrada encontro o destino da viagem. Mais além surge a montanha e tudo faz ainda sentido. Alcançado o oceano há uma lacuna de sombras onde ensalivo o veleiro de todas as partidas.
Espelho de excessos e silêncios.
Cicatriz onde as penumbras se adensam e onde o fascínio renasce em cada madrugada.
Onda errante onde mergulho em catarse.
HFM - 26 de Novº 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Esboço
carrego a espuma e o tempo
encruzilhadas do teu olhar.
HFM - Ericeira, 11 de Dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Perguntaste-me pelas feridas, respondi-te, sem respirar, que o seu horizonte estava abaixo da linha de água.
Sorriste. Julguei que não tinhas percebido mas os teus olhos responderam-me - estou apenas virando-me do avesso.
Recoloquei o sorriso e senti-me bem no imenso tempo da solidão do mar.
HFM
sábado, 12 de dezembro de 2009
Desassossegada
Hoje estou sem estar
uma ponte entre ser e viver
um vazio que não preencho
a secura indiferente que os olhos
cavam no dia. E as cores
escorrendo, cá dentro, como
uma aguarela sem tintas
só a transparência das horas
e os passos por percorrer.
Melodias sem clave nem instrumentos!
HFM - Lisboa, 12 de Dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Quando te perguntei das horas não era do tempo que falava. Tão só do tempo inscrito no relógio.
O outro tempo? Chegar-nos-iam as horas?
sábado, 5 de dezembro de 2009
Sem título
uma réstia de sol na manhã fria
abrindo nesta relva a cor
do mistério dos dias úteis.