segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Quando na memória se estendem todos os meandros da ria. Das rias. Duma cidade branca e limpa. Dum tempo. Do tempo. Das listas das casas que rasgam o arco-íris nos meus olhos. Dos desenhos. Das andanças. Trabalhando fui viajante. Viajando fui trabalhando. Soltam-se no ar os gritos e a serenidade de uns dias de frio e sol, de canais, das casas coloridas junto ao canal de S. Roque que me fizeram lembrar Burano.
Restam dos dias o fio das verdadeiras memórias. O fio que já não é de Ariadne - é meu.
Nota: Logo que tenha tempo colocarei aqui algumas imagens.
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domingo, 23 de janeiro de 2011
Citando # 206

Ce que je prétends réaliser dans mes histoires, ce sont comme des signes qui invitent à plus de curiosité...
Hugo Pratt
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

tudo esquecido na penumbra da casa
um ténue raio de sol apascentava
na esquina da sala a luminosidade
uma serenidade estranha sem reflexos
como uma ausência prometida
só o tilintar do vento nas portadas
acalmava na tarde o silêncio
corria veloz a ânsia na penumbra
esquecimento ou vazio impunham
na tarde claridade e ausência
que o Tejo ampliava em procura
Ulisses esquecera-se do sonho
e o porto desfazia-se no mar
na difusa perfeição da tarde
o sol beijando as águas
era a certeza da presença escondida
por entre vãos, portas, escadas
só o vento gargalhava!
um ténue raio de sol apascentava
na esquina da sala a luminosidade
uma serenidade estranha sem reflexos
como uma ausência prometida
só o tilintar do vento nas portadas
acalmava na tarde o silêncio
corria veloz a ânsia na penumbra
esquecimento ou vazio impunham
na tarde claridade e ausência
que o Tejo ampliava em procura
Ulisses esquecera-se do sonho
e o porto desfazia-se no mar
na difusa perfeição da tarde
o sol beijando as águas
era a certeza da presença escondida
por entre vãos, portas, escadas
só o vento gargalhava!
HFM - 2009
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011

DUAL
quando no tempo já não há passos
percorrem o meu labirinto
fantasmas antigos
que amei e recriei
são eles que tecem o enredo
nas curvas, nos corredores, nos impasses
por onde se desenvolve o labirinto
envolvida na névoa
confundo em dualidade
presente e passado.
quando no tempo já não há passos
percorrem o meu labirinto
fantasmas antigos
que amei e recriei
são eles que tecem o enredo
nas curvas, nos corredores, nos impasses
por onde se desenvolve o labirinto
envolvida na névoa
confundo em dualidade
presente e passado.
HFM - Lisboa, 7 de Janeiro de 2011
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Deixei cair a sombra
quando o mar se revoltou
era Dezembro
e na mão vacilava a distância
e a dor
corre, amor,
talvez um dia
um sopro de vento
te traga o odor
imagens difusas
na clandestinidade da dor
corre, amor,
talvez na chaminé
um dia recuperes a sombra.
HFM - Dezembro 2010
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
o momento da mão
já não é afago
é dor
acinzenta-se o mar por entre a sombra.
já não é afago
é dor
acinzenta-se o mar por entre a sombra.
HFM - Ericeira, 7 de Janeiro de 2011
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

acolho em mim o silêncio
faço-o casa, rio, motor
nele me acoberto
com palavras e sons
por retábulo
eterna peregrina errante!
por retábulo
eterna peregrina errante!
HFM - Lisboa, 10 de Janeiro de 2011
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domingo, 9 de janeiro de 2011

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.
Alberto Caeiro
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sábado, 8 de janeiro de 2011

perdi o sentido da vida
quando a madrugada se ausentou
será isto a morte?
HFM - Lisboa, 8 de Janeiro de 2011
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
À boca de cena
Dou-te um conto que te encante
como o rio quando toca o mar
ou a mão que interrogamos
se nos chegou a tocar.
Conto onde te conto as contas
e tantos outros esteiros
onde de velas enfunadas
partem tantos e tantos veleiros.
Este conto são as contas
que contigo quero acertar
desafiando de frente
a vida que se pressente.
como o rio quando toca o mar
ou a mão que interrogamos
se nos chegou a tocar.
Conto onde te conto as contas
e tantos outros esteiros
onde de velas enfunadas
partem tantos e tantos veleiros.
Este conto são as contas
que contigo quero acertar
desafiando de frente
a vida que se pressente.
HFM - Lisboa, 3 de Janeiro de 2011
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terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Anoitecidos

Quando brinquei com a insónia foi comigo que brinquei. Enrolei-me nos lençóis e libertei-me no peso da roupa. Fingi a naturalidade. Escondi-me do novo dia. Refugiei-me no silêncio da noite. Vesti-me de vazio. Selei o pensamento. Parti.
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domingo, 2 de janeiro de 2011
Carimbo

Com a noite selei um pacto
Difícil. Inoportuno. Radical.
Já me esqueci dos contornos
Vagueia em mim a imprecisa precisão
De um rumo decidido.
Nada aleatório. Nele se imprime
Os veios e as veias de uma vida
O voo arriscado do respeito
O canto desafinado da revolta
A ira subterrânea dos medos
A frontalidade dos destemidos
A irrascibilidade dos cobardes
A amálgama de tantos labirintos.
Tangi as cordas do cello
Na ausência de som percebi
Que a madrugada aconteceria manchando
De ansiedade a indecisão.
Na minha estrada de Damasco
Carimbei com a minha melhor letra
180º
Difícil. Inoportuno. Radical.
Já me esqueci dos contornos
Vagueia em mim a imprecisa precisão
De um rumo decidido.
Nada aleatório. Nele se imprime
Os veios e as veias de uma vida
O voo arriscado do respeito
O canto desafinado da revolta
A ira subterrânea dos medos
A frontalidade dos destemidos
A irrascibilidade dos cobardes
A amálgama de tantos labirintos.
Tangi as cordas do cello
Na ausência de som percebi
Que a madrugada aconteceria manchando
De ansiedade a indecisão.
Na minha estrada de Damasco
Carimbei com a minha melhor letra
180º
e imprimi.
HFM - Lisboa, madrugada de 29 de Dezembro de 2010
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