quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Do diário





Andam arredias as palavras. Talvez embrumadas no frio. Ou nos meandros desconhecidos. Desatentas. Inertes. Rompendo as ligações. Desconhecidas.

Tento abrir-lhes clareiras. Provocá-las. Seduzi-las. Contudo, superiores, refugiam-se na dobra da onda e não me permitem o túnel.

Barafusto. Desejo-as. Depois sereno. Deixo-as estar. Quando se fartarem voltarão. Mais leves. Mais soltas. Mais livres. E com o peso da solidão.

15 comentários:

Anónimo disse...

Que bela composição! Às vezes acontece exatamente assim, aliás, também por cá andam arredias, mas, amei as que apareceram no texto!

Ariadna

Teresa Durães disse...

ai, acontece tanto as palavras desaparecerem durante uns tempos. e sim, envolvem-nos em solidão quando aparecem

Ad astra disse...

não andam nada...

ei-las aqui, como sempre certas e carregadas de sentido


um beijo

vida de vidro disse...

Arredias mas belas, ainda assim. Elas voltam sempre, as palavras. Por vezes quando menos as esperamos. **

Anónimo disse...

helena, não consigo aceder ao teu email
mas fiz o que me pediste de imediato.
de qualquer forma vou dar-te outro:
luciasantos@mpdelgada.pt

(ad...)

Carla disse...

assim são as palavras...instáveis, voláteis...mas irresistíveis
beijos

jrd disse...

Mas que melhor companhia do que a solidão das (suas) palavras recuperadas!?...
Um abraço

Bandida disse...

voltam sempre com o peso da mão.


tu escreves muito bem!!


um beijo

addiragram disse...

Que marotas elas são..."apanham-te" nas entrelinhas...

Homem sem rosto disse...

As palavras embora por vezes arrediadas, surgem depois sempre que a dor e nostalgia as chamam, é pois uma constante da vida. Parabens pelo belo texto.

© Maria Manuel disse...

há dias em que, mesmo frias e dispersas, as palavras nos permitem belos textos , como este.

Licínia Quitério disse...

Fugidias, inesperadas, caprichosas. Sempre voltam. Gostam de ti, as palavras.

Ana disse...

Aqui estão elas. As tuas palavras. Leves, soltas, livres. E belas.

CNS disse...

Regressam. Mas sempre no tempo da sua vontade.

Manuel Veiga disse...

capricha(s)m as palavras. belas sempre.as tuas.

beijos