Quando nas palavras se ouve o eco do mar sabemos que passaremos todos os equinócios. Até o Bojador se torna tranquilo. Na boca apenas os resquícios de sal que vamos acumulando. No Inverno, quando a saudade apertar, ruminamos esses resquícios na imensa ternura com que nos aconchegamos nas palavras. Nas correctas. Nas insubmissas. Nas que teremos de inventar. E ainda naquelas que aceitamos nunca descobrir. Assim nos preparamos, entre equinócios e solstícios, para a longa inevitabilidade dos hiatos.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Quando nas palavras se ouve o eco do mar sabemos que passaremos todos os equinócios. Até o Bojador se torna tranquilo. Na boca apenas os resquícios de sal que vamos acumulando. No Inverno, quando a saudade apertar, ruminamos esses resquícios na imensa ternura com que nos aconchegamos nas palavras. Nas correctas. Nas insubmissas. Nas que teremos de inventar. E ainda naquelas que aceitamos nunca descobrir. Assim nos preparamos, entre equinócios e solstícios, para a longa inevitabilidade dos hiatos.
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segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Ternura
o teu olhar translúcido
evade-se na imensidão
salpicando equinócios.
HFM - Ericeira, 23 de Setº 2009
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poemas HFM
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Diurnos

Pergunta-me o Cabo que vislumbro da janela sobre a serra e o mar de que cor se fazem os dias da bruma. Penso na paleta. Nas suas misturas. Na teoria das cores. No olhar. E de supetão respondo-lhe:
- Fazem-se da saudade, da urgência, das falésias a pique e dos cabos, das presenças, das sintonias que só o mar amplia e do feitiço que todas as brumas carregam. Se quiseres, Cabo, podes juntar-lhe azul, um pouco de magenta e qualquer outro tom que o olhar encontre no fundo de outro olhar onde se adoçam certezas.
Ericeira, 20 de Setembro de 2009
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diurnos
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
quando do infinito se evade uma gaivota
grita na terra a imensidão do mar
ziguezagues de ausências.
Ericeira, 20 de Setembro de 2009
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poemas HFM
sábado, 19 de setembro de 2009
Rente, rente à portada de vidro corria o pequeno terraço. As estrelas ecoavam no silêncio da intensidade do seu brilhar. E os olhos percorriam-nas imitando as crianças na descoberta de novas fantasias. O mar espelhava-se, ao lado, no silêncio do seu respirar que a lua orquestrava. Havia ainda as mãos bailando sinfonias. Clarificava-se na noite o dia. E os olhos eram frestas por onde se soltavam melodias.
Da simplicidade se fazem os dias de bruma e de luar. De certezas o mar se afirma.
Ericeira, 18 de Setembro de 2009
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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poemas HFM
terça-feira, 15 de setembro de 2009

na vertigem do silêncio, por onde os gatos desarrolham a liberdade, há um fluxo de matéria onde se gasta o tempo. imaterial. simbólico. líquido. dominador. um segredo ardendo nas horas. e a frugalidade da escolha.
sempre presente - o diálogo do teu olhar em mim. uma metáfora do divino.
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do diário
domingo, 13 de setembro de 2009
Na bruma de Setembro

Não há termos. Certezas tão pouco. Linhas bem definidas que esfumo interiormente. Prefiro as minhas. Inventadas ao sabor do tempo. Fora das possibilidades e de todas as probabilidades. Incongruentes. Mas com o sal do mar e das lágrimas. Mais puras. Sobreviventes. Cientes de que a vida se constrói em cada margem. No parapeito da ponte. Rente ao silêncio e a todos os gestos.
Militante de incertezas vagueio entre mar e terra apurando o sentido no infinito - meu eterno ponto de fuga.
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quinta-feira, 10 de setembro de 2009
De regresso

Imagem da net de António Inglês. Faial junto ao vulcão dos Capelinhos. Na impossibilidade de, por agora, trabalhar todas as fotos que tirei.
Apesar do nevoeiro denso que vejo para lá da janela sei-me, de novo, nesta terra. Ainda há o oceano, o mesmo, e a mesma espécie de "abafamento" menos densa e de características indefinidas. Apenas a paisagem é outra. Apenas aqui para dar nota da chegada enquanto tudo se arruma dentro de mim.
Trago largos espaços oceânicos e a paz da sua liberdade e extensão. Trago ainda os verdes preenchendo imaginários e os labirintos da vida. Trago a fundura de certos vales que, a pique, se afundam no mar. Trago a pedra, a lava, a sombra, o ocre e toda a paleta da saudade. Trago também os trilhos por onde passeei a sede das descobertas. Trago, em mim, as velhas ladainhas, os ritmos, as fantasias e a eterna sede de descoberta. Como diz a tshirt que me ofereceram e que tanto usei fui
nomade
globe trotter
et libre
e ainda acarinho todos os privilégios que isso me aporta como um galeão que ainda sulca as vertigens de todos mares perdidos.
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