sábado, 12 de dezembro de 2009

Desassossegada


Hoje estou sem estar
uma ponte entre ser e viver
um vazio que não preencho
a secura indiferente que os olhos
cavam no dia. E as cores
escorrendo, cá dentro, como
uma aguarela sem tintas
só a transparência das horas
e os passos por percorrer.

Melodias sem clave nem instrumentos!



HFM - Lisboa, 12 de Dezembro de 2009

6 comentários:

Graça Pires disse...

"um vazio que não preencho". Acontece tantas vezes quando há dentro de nós um desassossego permanente.
Um bom poema, Helena.
Um beijo.

addiragram disse...

O vazio, desenhado pelas palavras, abre seguramente a porta a novos lugares onde se podem reacender aguarelas tingidas de luz e vida.

Um beijo, amiga!

jrd disse...

Às vezes conforta estar algures entre nenhures e lado algum.
É como se fosse o vazio cheio.
Abraço

Licínia Quitério disse...

Um tempo suspenso, em desassossego.

Um beijo.

Ad astra disse...

os passos por percorrer são os que mais gosto...

há dias assim

Manuel Veiga disse...

dolente. dorido...

melodioso. no entanto...

beijo