quinta-feira, 20 de janeiro de 2011





tudo esquecido na penumbra da casa
um ténue raio de sol apascentava
na esquina da sala a luminosidade
uma serenidade estranha sem reflexos
como uma ausência prometida
só o tilintar do vento nas portadas
acalmava na tarde o silêncio


corria veloz a ânsia na penumbra
esquecimento ou vazio impunham
na tarde claridade e ausência
que o Tejo ampliava em procura
Ulisses esquecera-se do sonho
e o porto desfazia-se no mar


na difusa perfeição da tarde
o sol beijando as águas
era a certeza da presença escondida
por entre vãos, portas, escadas


só o vento gargalhava!


HFM - 2009

4 comentários:

Ad astra disse...

como uma balada...

jrd disse...

Nem todos os sonhos dizem a verdade, dependem das portas que se abrem ao vento.
Mais uma vez belíssimo.

Manuel Veiga disse...

perfeita vibração do sonho. perdido. em que o Tejo teima!

belíssimo.
beijos

Ana disse...

A difusa perfeição do poema ! Belo!