Porque as pedras traduzem-me a tua ausência sentei-me nelas. Descansei as memórias e, neste lugar de eleição, recordei a minha primeira visita a Roma contigo a conduzi-la. Lembrei-me do teu olhar, da tua sábia paciência e de todas as conversas onde sempre nos encontrámos.
Sabes, pai, foste tu quem me deu a conhecer a História mas, hoje, aqui, eras tu, nós as duas e essa sombra bela e loira que os deuses do Olimpo tão cedo procuraram.
Sabes, pai, revi-te em cada talhe de cada pedra, no céu cobalto que revestia Roma e na solitária beleza dos pinheiros. Eles me conduziram a ti e à mãe - memórias que não constam da História mas que são a raiz da nossa história.
Roma, Forum Romamo, 18.02.09
21 comentários:
Lugares carregados de história despertam tantas vezes as nossas próprias memórias. A nossa história, realmente.
Entendo bem o sentimento que a beleza destas palavras traduz. Beijo.
sempre a memória na passagem dos dias tão findos à nascença.
sempre a presença de tantas ausências.
sempre a história com a língua ávida para contar.
um abraço.
Roma é um lugar tão especial, Helena...
há história em todos os cantos.
quando visitei Itália (e Roma...) em 1985, senti-me mais próximo de Portugal, do que por exemplo, em qualquer terra espanhola...
Nem todos os Pais nos levaram a Roma, mas todos os Pais nos levam ao bom cansaço da memória.
Obrigado
Um abraço e boa semana
Quando as viagens nos levam aos caminhos da memória.
Um beijo, Helena.
Pungentes e belas, as tuas palavras. Tanta nostalgia escorre delas, que até fica o peito a doer...
"Sabes, pai, revi-te em cada talhe de cada pedra, no céu cobalto que revestia Roma e na solitária beleza dos pinheiros. Eles me conduziram a ti e à mãe - memórias que não constam da História mas que são a raiz da nossa história."
Só posso citar-te por achar o texto tão comovente.
Beijos Helena.
as pedras guardam a sua memória. e a nossa. belíssima.
beijos
Há muito tempo não passava aqui. Azar o meu, pois você continua entendendo as memórias como se devem. Fotografando-as, definitivamente. Abraços, Ilidio
texto belíssimo, de nostalgia e reencontros pela memória...
excelentes memórias com uma narrativa brilhante!
Li,reli,lembrei e gostei...muito, mesmo muito.
Bjo
Melunca
as pedras (vivas) são eternas.
comovente texto
beijo
as veias que nos transportam a vida, os átomos de que somos feitos, a poeira que trazemos dos caminhos, tudo é pedra e encontro, mesmo se tudo rodopia como o nosso peito e as memórias, como porventura toda a infância num volteio intenso da ternura com que fazemos de nós uma eterna criança!
um abraço daqueles de dar e dar a volta à volta e à volta!!
porque a serenidade é irmã da poesia!!!
Sempre a memória
nas pedras
das pedras
Belo
obrigada. reencontrei meu pai lendo teu texto. presença que me guarda. abraços.
... belíssimas memórias!
bjs Helena
Por isso, pelo amor saudoso, a mais bela homenagem dos teus olhos.
Bj
A presença das grandes ausências! Um beijo!
não é mesmo fácil comentar este texto
talvez por não ser um texto
talvez por ser uma parte de si
sinto-o apenas
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