segunda-feira, 15 de junho de 2009

Quando o silêncio não se amedronta a noite cerra fileiras. Os faróis dos carros são puros pontos sem cadência e o nevoeiro não encobre a estrada. Desta nada te direi - são incertos os ouvintes e os caminheiros não buscam palavras.

Vai, na contra corrente dos passos, onde te levar o desejo. Como uma criança despe a farda da rotina, sem obrigações nem leis serve-te do asfalto. Na bússola do vento cava a guarida. Cobre-te com a geada.

E quando te disserem que chegaste, duvida. Para além do asfalto cresce ainda o mar.

HFM - 7 de Junho de 2009

9 comentários:

magda disse...

Não sei se me soa a íntimo ou a férias ou...

De qualquer forma deu-me para dizer: Seja boa a Viagem! :)

Ad astra disse...

na contra corrente dos passos
às vezes sem bússola
e duvidando sempre se alguma vez chegarei...


este texto é uma maravilha

O Micróbio II disse...

Palavras frias que refrescam nesta época...

Teresa Durães disse...

existe sempre, sempre, mais além

Manuel Veiga disse...

... e assim se traçam caminhos. e se soltam amarras.

beijo

Luis Eme disse...

pois cresce...

abraço Helena

© Maria Manuel disse...

o nosso caminho é uma viagem permanente.

beijo, Helena.

jrd disse...

Até o carro, feito barco, poder navegar. Boa viagem.
Abraço

Ilidio Soares disse...

É impressionante, mas cada vez mais se revigora o drama prometeico que a tua poesia experimenta como desenlace.Impressionante.bjos