quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quando o Sr. de la Palice passou por aqui

Quando do silêncio se escapam gritos a noite cerra-se na densidade das luzes. On/off. Como um comutador a que não saibamos transmitir energia.

Assim fenece o mal estar enquanto a noite derruba a insónia e os sentimentos. Passos cansados na areia das expectativas. Um volte face súbito e a razão predomina. Engole-se em seco. Respira-se fundo. E o silêncio torna a invadir os locais onde a memória se apaga por um consentimento assumido.

Estranhos laços. Fitas de veludo. Talvez um carroussel em contínuo movimento giratório. Ainda o grito da gaivota quando o mar a surpreende. Ou talvez, tão só, aquela certeza de que a solidão existe.

HFM - 5 de Maio de 2009

11 comentários:

O Micróbio II disse...

Anda triste a gaivota...

Manuel Veiga disse...

a solidão existe. claro. e rodopia. por vezes inesperada. e envolvente.

(ou se sacode ou se engule em seco...)

impressivo texto.

beijos

jrd disse...

Mais "on" do que "off".
Abraço

Luis Eme disse...

talvez...

mas o respirar fundo e andar em frente, mesmo sem destino certo, ajuda...

bjs Helena

~pi disse...

existe

encharcada de sons

ecos da memória,

(e existe só-por-si,



beijo ) pairando aí




~

Teresa Durães disse...

por vezes o silêncio parece que grita essa mesma solidão. Talvez esta desapareça com os primeiros raios de sol

anad disse...

A memória que nos conforta ou a memória que ocultamos. Tudo está nas nossas mãos.
Gostei muito do blogue.
Anad

Ad astra disse...

"tentar decifrar a razão sem razão,o sentido que nunca fez sentido da palavra amor"


e a gaivota encontra o abrigo...


8WMD

vida de vidro disse...

Existe, sim. Sobretudo quando nos (de)batemos com esse presomínio da razão. Respirar fundo... e seguir. **

Ana disse...

Existe _________ mas faz nascer palavras assim, derrotando o silêncio.

© Maria Manuel disse...

às vezes, o silêncio é tão somente isso... cansaço ou solidão. às vezes...