sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sem título




Quando o nada se atreve no vento
escorre a chuva das cisternas
eliminando o deserto

um som de ausências
atravessa impuro
o sangue das memórias.

Lisboa, 28 de Dezembro de 2008

19 comentários:

francisco carvalho disse...

Bom ano, Helena.
Helenamente inspirado.

© Maria Manuel disse...

belas imagens.

J.T.Parreira disse...

Olá Helena, "um som de ausências", como gosto deste verso.
O 1º abraço de 2009!

mfc disse...

Estarmos atentos é uma obrigação.

J.R. Lima disse...

que sejam lindas memórias, lindo o vento, linda a chuva e lindo o nada!

Um ótimo ano de 2009!

Um abraço!

Justine disse...

Será o começo do ano mais tempo de invocar memórias que de desenhar projectos? Mas a chuva é produtiva!
BOM ANO

Anónimo disse...

O timbre murmura-nos os sentires dos sentidos abraços do vácuo.

jrd disse...

Muito bonito!
Saudade liquida que lateja.
Abraço

vida de vidro disse...

Líquido, cristalino, esse eliminar do deserto. Belo, como sempre.**

Graça Pires disse...

O sangue das memórias. Quando mais nada "se atreve no vento". Quando a ausência tem rosto. Quando o silêncio se anuncia.
Um beijo Helena.

mariab disse...

Pura poesia em tão poucas palavras. "Som de ausências"... é belíssimo.
Beijos

isabel mendes ferreira disse...

puro!!!!!!!!!!!!!!!!!



tão puro H.

Mar Arável disse...

O chão dos desertos

é poroso

aceita toda a água disponível

Tudo de bom para si

apesar do tempo que faz

addiragram disse...

Ausências que se presentificam dão-nos a medida do Vivo em nós!

Eme disse...

Do nada seja o [re]começo. Do deserto, o oásis.

Beijo

Anónimo disse...

Memórias que não se apagam.
Feliz 2009 aqui tb.
Si

Manuel Veiga disse...

belo. e vibrátil. como cristal.

(ou uma lágrima. suspensa)

beijos

Ad astra disse...

...e propaga-se
e escorre...
das mãos de quem assim escreve!

Anónimo disse...

gotas caídas em silêncio
são miragens em areia azul.

e destinos são atravessados por acasos.
em fados de água,
em desejos de tudo!

Helena,
muito obrigado!