segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Anoitecidos





Na escuridão só a luz do silêncio e os gritos das pedras na seiva do rio confundindo-se com a chuva e com a cidade. Vibra o asfalto nas pulsações dos carros que descobrem a noite na trama do alheamento.

Um cão vadio esgravata o lixo como a garantir que tudo poderá ter limites – a noite, não.



HFM - Lisboa, 3 de Janeiro de 2009


12 comentários:

addiragram disse...

Muito bem escrito,mas duro mesmo.

Teresa Durães disse...

a noite sem limites estende-se profundamente neste grande universo

Licínia Quitério disse...

Infinda esta noite derramada sobre a cidade. Triste, triste.
Um beijo.

Germano Viana Xavier disse...

Bom chegar até aqui.

Um abraço sincero.
Continuemos...

jrd disse...

A noite fixa-nos no escuro e nem as manhãs conseguem "descobrir-lhe" o olhar triste.

mariab disse...

Da noite solitária e desgarrada das cidades. Exemplarmente escrito. Beijos

Manuel Veiga disse...

o corpo da poesia. derramando-se. em vibração. asfalto. e seiva. como pedra na corrente. de água pura.

... ou olhar dócil. de cão. nomeando a noite - livre!

gostei muito.

beijos

argumentonio disse...

e quanta solidão...

douglas D. disse...

devorados somos...

~pi disse...

[ nem a fome, nem,




~

Justine disse...

Temos que fazer com que amanheça depressa...senão perecemos todos!

Bandida disse...

gostei muito. muito.